quinta-feira, 6 de agosto de 2009

A importância dos cupins

Os cupins são encontrados abundantemente em países tropicais e amplamente distribuídos nas regiões temperadas (CREFFIELD, 1996). Cerca de 2.860 espécies de cupins são conhecidas hoje no mundo.
Os cupins estão entre os poucos insetos que são capazes de utilizar a celulose como fonte de alimento. De acordo com Oliveira et al. (1986) a madeira, devido ao alto teor desse polímero, é o alimento preferido de um grande número de espécies de cupins. Aqueles que atacam a madeira são denominados “cupins xilófagos”.
Esses insetos são mais conhecidos pela importância econômica que resulta do seu ataque à madeira e outros materiais celulósicos como papéis e tecidos.
Materiais não celulósicos podem ser danificados pelos cupins quando estão à procura de fonte de alimento.
O Brasil tem uma das termitofaunas mais diversas do mundo, com mais de 290 espécies (CONSTANTINO, 1999).
Além de provocarem considerável dano econômico em áreas urbanas e rurais, também são importantes componentes da fauna de solo de regiões tropicais, cerca de 90% das espécies de cupins encontradas no Brasil, não causam problemas ao homem, exercendo um papel essencial nos processos de decomposição e de ciclagem de nutrientes.
O Coptotermes gestroi (Wasmann) é uma espécie de cupim subterrâneo de origem asiática, introduzida no Brasil provavelmente no início do século XX (COSTA-LEONARDO, 2002). De acordo com Constantino (2007), ocorre apenas em áreas urbanas, e nas cidades onde ocorre, é o cupim praga mais importante, causando danos consideráveis.
Segundo Romagnano (2004), os cupins subterrâneos representam uma séria ameaça ao patrimônio individual, público e histórico, bem como ao ambiente urbano, pelo intenso ataque a diferentes materiais e pela necessidade de uso de inseticidas para seu controle. Apesar dos inseticidas terem um importante papel no controle destes insetos praga, estes produtos são de diversas maneiras prejudiciais ao homem (GEROZISIS; HADLINGTON, 1995)
A tendência no controle da biodeterioração de madeiras, como para o controle de pragas de modo geral, é regida principalmente por questões de saúde humana e proteção ambiental (LELIS et al., 2001)
Além da implantação de um controle integrado, é necessária também a realização de um estudo sobre o quanto o homem contribui para a dispersão dos cupins, visando reduzir novas introduções como ressalta Romagnano (2004).
Deve-se considerar, ações futuras de controle integrado dessa praga no Brasil, que provavelmente continuará dispersando-se até que sejam tomadas medidas adequadas para seu controle, e que possam ser empregadas em planos de controle, principalmente, em técnicas construtivas preventivas.
Silvia R. G. de Toledo


REFERÊNCIAS
CONSTANTINO, R. Chave Ilustrada para Identificação dos Gêneros de Cupins (Insecta:Isoptera) que Ocorrem no Brasil. São Paulo: Museu de Zoologia da Universidade de São Paulo, 1999.
CONSTANTINO, R. Introdução ao Estudo dos Cupins. Publicações on-line. Disponível em <http://www.unb.br/ib/zoo/docente/constant/cupins/cupins.htm>. Acesso em: 12 jan. 2009.
COSTA, A. D. C. Ação de Isolados de Fungos Sobre Cupins Xilófagos Nasutitermes globiceps (Holmgren). 2000. Dissertação (Mestrado em Ciência e Tecnologia de Madeira) – Escola Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz” Universidade de São Paulo, São Paulo, 2000.
COSTA-LEONARDO, A.M. Cupins-Praga: morfologia, biologia e controle. Rio Claro, UNESP, 2002.
CREFFIELD, J. W. Wood-destroying Insects: Wood Borers and Termites. 2. ed. Australia: CSIRO Publishing, 1996.
LELIS, A. T.; BRAZOLIN, S.; FERNANDES, J. L. G.; LOPEZ, G. A. C.; MONTEIRO, M. B. B.; ZENID, G. Biodeterioração de madeiras em Edificações. São Paulo: Instituto de Pesquisas Tecnológicas, 2001. (IPT nº 2686)
ROMAGNANO, L. F. T. Instrumentos de gestão ambiental integrada: diretrizes para o controle de cupins subterrâneos em ambientes construídos. Dissertação (Mestrado em Tecnologia Ambiental) – Instituto de Pesquisas Tecnológicas do Estado de São Paulo, São Paulo, 2004.